O combate às fraudes bancárias eletrônicas (cartão de débito, cartão
de crédito, internet banking, call center e boletos) cometidas por
organizações criminosas deve ganhar novo impulso com a renovação do
acordo de cooperação técnica assinado hoje de manhã entre a FEBRABAN –
Federação Brasileira de Bancos e a Polícia Federal. Com o acordo, a
Polícia Federal poderá contar periodicamente com o envio de analistas
das instituições financeiras a Brasília para fortalecer o trabalho de
inteligência na repressão a esse tipo de crime.
“A renovação do Acordo de Cooperação Técnica vai agilizar o processo
de comunicação e inteligência no combate às fraudes bancárias”, afirma
Leandro Vilain, diretor de Negócios e Operações da FEBRABAN. Ele
informou que a iniciativa faz parte de um conjunto de ações dos bancos
em estreita parceria com governos, polícias e com o Poder Judiciário no
combate a crimes no segmento financeiro.
“No passado, não tínhamos tanta tecnologia, não tínhamos tanta
parceria”, comentou, ao assinar o acordo, o diretor-geral da Polícia
Federal, Leandro Daiello, que elogiou a cooperação dos bancos com os
investigadores e propôs à FEBRABAN discussões para uma futura parceria
público-privada voltada ao combate de crimes cibernéticos.
O acordo assinado hoje permite compartilhamento de informações e de
tecnologias no combate aos crimes eletrônicos, visando à segurança das
instituições financeiras e da sociedade beneficiada pelo setor bancário.
O termo prevê, ainda, o desenvolvimento de estudos técnicos e
profissionais, bem como a elaboração e produção de documentos de
segurança para uso nas atividades de inteligência.
O convênio regulamenta os procedimentos dos bancos para comunicar, à
Polícia Federal, suspeitas ou confirmação de práticas de ilícitos
penais. Ele também trata do compartilhamento de informações sobre
movimentação de recursos financeiros relacionados a crimes contra
instituições financeiras. Na primeira assinatura do acordo, em 2009,
cerca de 15 bancos, que representam mais de 90% do mercado bancário,
aderiam à iniciativa. Com a renovação do acordo, deve aumentar o número
de instituições financeiras fornecedoras de informações importantes para
a repressão ao crime organizado.
De acordo com a FEBRABAN e a Polícia Federal, o envio de informações é
necessário para centralizar na PF a comunicação sobre a prática de
fraudes eletrônicas em contas de depósitos mantidas pelos bancos. Com o
acordo, a investigação policial poderá contar com mais condições de
identificar organizações criminosas, conhecer melhor o modus operandi
das quadrilhas e desenvolver novas técnicas e tecnologias de prevenção e
repressão a esses tipos de crimes.
O diretor da FEBRABAN, Leandro Vilain, ressaltou que a segurança para
a realização das operações financeiras é uma das preocupações centrais
dos bancos brasileiros. “O setor bancário destina cerca de 10% dos
investimentos anuais em tecnologia da informação, cerca de R$ 2 bilhões,
em ferramentas destinadas a evitar possíveis tentativas de fraudes,
além de garantir a confidencialidade dos dados dos clientes e a
eficiência no uso dos canais eletrônicos”, informou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário